O curador do Prêmio de Música das Minas Gerais, Emílio Pieroni, fala sobre o Prêmio, os critérios de avaliação e seleção dos artistas e a importância da competição para a carreira de um músico.

Confira a entrevista!

Como um prêmio/ concurso musical pode contribuir para a carreira de um artista?

Emílio Pieroni – Um prêmio pode contribuir de várias formas: divulgação, oportunidade, relacionamento e, principalmente, motivo para se criar a música. Muitos compositores se inspiram quando sentem que há uma intenção, uma oportunidade de mostrar sua composição. Um prêmio, um festival ou um show especial é uma grande oportunidade. O artista tem um desafio: fazer com que os outros gostem de sua obra e um prêmio é a grande contribuição para isso.

Para os músicos que já estão com suas composições prontas, há a oportunidade de mostrar aos meios de comunicação e ao público. Quando um músico participa de um prêmio e sua música é classificada representa uma valorização do seu trabalho e, quando é premiada, o reconhecimento de uma obra bem feita, julgada por pessoas que têm conhecimento e competência para isso. Um festival de música geralmente revela grandes compositores que estão fora da mídia e do mercado.

Qual a importância de iniciativas semelhantes como o Prêmio de Música das Minas Gerais?

Emílio Pieroni – Quem ganha é a sociedade, a cultura.  Iniciativas como esta fazem com que a música se torne mais presente na vida das pessoas. A movimentação em sites, mídias em geral e o famoso boca a boca torna o cotidiano mais musical, além de proporcionar ao músico a grande oportunidade da divulgação.

Qual o diferencial deste prêmio em relação aos demais?

Emílio Pieroni – O fato de ser para músicos de Minas. Todos os outros festivais são de âmbito nacional, mas o Prêmio de Música das Minas Gerais é somente para os mineiros. A valorização dos nossos músicos se torna maior e a chance também. Outro diferencial é o envolvimento de uma empresa particular, sendo o patrocínio da Pássaro Verde. A criação do projeto é da Espaço Ampliar. Imaginemos se tivéssemos iniciativa de, pelo menos, mais umas dez empresas desse porte. A música seria mais valorizada, o músico reconhecido e a sociedade mais feliz.

O que um cantor/grupo precisa ter de diferente para se destacar?

Emílio Pieroni – Inovação, audácia musical, arranjos ousados, letras inteligentes e melodias diferenciadas são alguns fundamentos que o músico deve ter mais atenção. São requisitos que iremos ficar atentos. Estamos cansados da mesmice.

O que será exigido e observado dos participantes?

Emílio Pieroni – O participante deverá ler com atenção o nosso edital. Adianto alguns itens importantes: ser morador no estado de Minas Gerais; se classificado,o mesmo arranjo que for enviado no ato da inscrição deverá ser executado no dia da apresentação em uma das três etapas eliminatórias; não usar play backs, sampler  e similares.

Em um concurso musical, quais os requisitos que pesam mais?

Emílio Pieroni – Melodia, arranjo, letra, interpretação (presença de palco, dicção, afinação, qualidade vocal) e o conjunto da obra.

O que os ganhadores desses concursos devem fazer para dar continuidade a carreira?

Emílio Pieroni – Devem continuar com a mesma dedicação e empenho. Enviar junto ao release a música vencedora para as gravadoras e empresários no ramo. Não é necessário enviar o CD completo, pois, na maioria das vezes, eles não escutam. Isso é fato! Estudar, estudar e continuar estudando música.

Como fazer para aproveitar a divulgação gerada pelos concursos?

Emílio Pieroni – Guardar todo o material de divulgação, usar os recursos que os festivais oferecem e, se possível, entrar em contato com os meios de comunicação nos quais foram divulgados o festival. Um contado direto dos ganhadores com esses meios seria um reforço na divulgação já estabelecida no mercado, gerada pela organização do prêmio.

Sobre Emílio Pieroni

Fomação Profissional:

Curso de extensão em Violão Clássico,  Fundação Clóvis Salgado – Palacio das Artes, 1989/90;

Curso de Regência com Cláudia Simbleris, Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes, 1991;

Curso de extensão Violão e Piano, Conservatório da UFMG 1991/92/93;

Curso de Canto com a maestrina Letícia Reis;

Graduando no 6º Período, Licenciatura em Educação Musical-UEMG-ESMU;

Experiência profissional:

Compositor; Três CD´s autorais de produção independente;

Participação em gravações de CD como produtor, arranjador e instrumentista de vários músicos entre eles; Roberto di Paula, Eduardo Tóffani, Daniel Horta, Sonia Katherine,Rubinho do Vale, Coral do Marista, Coral Colégio Nossa Senhora das Dores, Colégio Promove, Colégio Pitágoras, entre outros;

Produtor e Arranjador de mais de 15 Cd´s;

Técnico de estúdio de gravação;

Diretor Musical das duas edições do Festival da Canção de Conceição do Mato Dentro-MG, 2010/2011;

Assessor de Cultura – Prefeitura de Conceição do Mato Dentro, 2010;

Participação em mais de 10 festivais de música em MG;

Professor de Música: Violão (Clássico e Popular), Piano, Teclado, Canto, Flauta Doce e Baixo;

Professor de Música do Colégio Bernoulli-BH-MG, Ensino Fundamental;

Fundador do grupo de música cigana “Los Gitanos”, gravação de CD e DVD;

Realização de mais de dez festivais de música entre os alunos do curso de Violão, teclado e Piano;

Músico dos bares e restaurantes em MG há mais de 25 anos;

Experiência em banda de baile de 1.990 a 2009;

Participação em shows como diretor musical e instrumentista.